sexta-feira, 5 de março de 2010

Motoristas bolivianos

Pra quem não acreditava nas condições das nossas viagens de ônibus...

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100305/not_imp519769,0.php

Motoristas bolivianos protestam contra ''lei seca''
Condutores de ônibus param o país

France Presse, LA PAZ

Os motoristas de ônibus bolivianos fizeram ontem seu segundo dia de greve contra um decreto que os impede de dirigir bêbados. O protesto começou na manhã de quarta-feira e paralisou as principais cidades da Bolívia. Os ônibus deixaram de circular, os manifestantes bloquearam estradas com barricadas e as aulas foram suspensas porque muitos alunos não tinham como chegar às escolas.

Em choques entre grevistas e as forças de segurança bolivianas, pelo menos 63 pessoas foram presas e 1 policial ficou ferido (ele levou uma pedrada na cabeça). Segundo testemunhas, motoristas que se recusavam a aderir ao movimento foram agredidos pelos manifestantes - alguns dos quais protestavam embriagados e atiravam pedras contra os carros.

Os líderes dos sindicatos dos choferes bolivianos, que reúne 150 mil pessoas também fizeram uma greve de fome. Os grevistas argumentam que um decreto promulgado pelo presidente Evo Morales em fevereiro é abusivo por punir com a perda definitiva da carteira de habilitação os motoristas de ônibus flagrados dirigindo alcoolizados.

O governo disse estar disposto a negociar, mas se recusou a alterar o decreto. Além disso, Evo anunciou que deve estender a punição de perda da carteira a todos os motoristas do país. Para o presidente boliviano, a reivindicação dos sindicalistas de que a lei seja suspensa não é legítima porque "mostra um desrespeito com a vida dos passageiros".

"Com sua embriaguez ou eles acabam se matando, ou matam outras pessoas. Que tipo de organização é essa que defende políticas que matam?", questionou Evo ontem, referindo-se ao sindicato dos motoristas de ônibus.

Cerca de mil pessoas morrem em acidentes de trânsito todos os anos na Bolívia e as estradas do país estão em péssimo estado. O decreto contra a combinação "álcool e direção" foi assinado após uma onda de acidentes que deixou quase cem mortos em um mês.