sexta-feira, 12 de dezembro de 2014
No caminho para Tokyo ou perdido no limbo do tempo
Aeroporto Hamad em Doha, 12 de outubro de 2014. Ou seria dia 11. Não sei mais. Só lembro que saí de Mogi pouco antes da virada do dia 10 para o dia 11. O voo para Doha saiu no horário previsto das 4 da manhã. A viagem durou 13 horas, mas chegamos aqui, eu, Carol e Julia depois das 10 noite. Já passou das 3 da manhã e ainda faltam 4 para o voo para Haneda, em Tokyo. O aeroporto de 16 bilhões de dólares é grande e tem muitas lojas, mas não é fácil de dormir. Tem muitas luzes, muita gente e barulho, além de cadeiras que são largas na medida certa para você sentar com muito conforto, mas que também tem braços que impedem todos que não sejam contorcionistas de deitar. Tem uma sala com cadeiras para se espreguiçar, mas é mais quente que uma sauna e os roncos mais altos que o motor do avião. Pelo menos achamos um café com um sofá confortável que, entre um gole e outro é usado para uma rápida deitada. As tâmaras que vem com o café e a que estavam servindo de degustação na loja são deliciosas, bem diferentes das enjoativas do Brasil. A comida genérica centro asiática da praça de alimentação que misturava falafel, kibe, samosa e butter chicken era boa e serviu de jantar. Ou ceia. Não sei mesmo. Já fazem algumas horas que enquanto vagamos pelas lojas do aeroporto somos saudados com good morning. O aeroporto daqui é tão internacional quanto o novo de Guarulhos, só trocando as havaianas, camisas da seleção e cachaça por camelos, enfeites arabescos e roupas para mulheres que só deixam expostas os olhos. Eu diria que é um aeroporto bem Copa do Mundo. O café acabou mas continuo deitado. Ele era bem estranho, parecendo um chá, com cardamomo e açafrão bem salientes, servido em um belo bule um pouco psicodélico e nada prático. Amanhã (ou hoje, não sei) chegamos para dormir em Tokyo. A temporalidade da viagem é bem estranha. Espero que normalize no sábado, já no horário japonês. De algum modo tudo isso parece um processo que transforma sua percepção do tempo que permite que você possa enxergar as coisas de outra maneira do outro lado do mundo. Entre a quarta a noite e o sábado de manhã passa um tempo indeterminado cuja indeterminação é acentuada pela falta de condições necessárias para se dormir. São dois voos que atravessam muitas zonas de fuso horário durante o dia, que claro, parece durar pouco como dia, mas muito no seu vagar na poltrona do avião. Entre filmes, musicas e chicken or pasta, o tempo passa e para. Os aeroportos com as mesmas lojas e produtos parecem apontar para essa tempo estático. Tomara que esse impasse temporal seja resolvido com um belo sol nascente...
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Bom dia ! Hoje é sexta-feira dia 12/12 , 10 horas , aqui em Campinas . O calor está mais ameno, devido as chuvas de ontem à noite. Tomara que persista... Já chegaram a Tóquio ? A família conversou e resolveu passar o Natal em S.Paulo , na casa da tia Lena . Fiz reserva para o pernoite no Mercure Hotel , da Capote Valente . A ceia será "portuguesa" e alguns quitutes . Nada de exagero ! Vou buscar a BaTo essa semana . Vamos sentir a ausência" física" de vocês mas estaremos juntos no Ano Novo. Beijos para Carol e Julia . Tia Mi
ResponderExcluirOi Du.
ResponderExcluirQue bagunça de fuso horario, 9 horas é muito tempo p/ ficar assim, perdido no tempo... Então não deve ter dado p/ aplicar aquela estratégia de dormir no primeiro percurso e ficar acordado no segundo...
Boa viagem, com certeza estarão aproveitando bem! Bjs a todos!