
O principal dado para o qual chamo a atenção está na última coluna. Ali está sendo mostrado o quanto (em porcentagem) o Big Mac em determinado país é mais caro ou barato do que nos Estados Unidos. Percebe-se que no Brasil e na Inglaterra, o preço é praticamente o mesmo que nos Estados Unidos (apesar de que quando ponderado pelo PIB per capita, é obvio que no Brasil é o mais caro) e que na Suíça o preço é 58 por cento mais caro (o PIB da Suíça é praticamente igual ao dos Estados Unidos). Esse índice até que é uma ferramenta bem útil (que aprendi nas árduas aulas de macroeconomia internacional do Ibmec) para comparar os preços em diferentes países. Nota-se que existem duas principais variáveis que influenciam nesse índice: a taxa de câmbio e o preço do Big Mac.
Outro índice que foi publicado recentemente e que mede os preços em diversas cidades no mundo é o da EIU (Economist Intelligence Unit) também da revista “The Economist”. Esse é um índice mais robusto que mede preços de diversos produtos e serviços nas cidades, porém o meu acesso ao mesmo é limitado já que é necessaro pagar para se obter a base de dados completa. O índice toma como base os preços de Nova York, assumindo o valor 100. O valor do índice para as outras cidades é relativo a esse valor, com as cidades mais caras que Nova York tendo um valor maior, enquanto que as mais baratas com um valor menor. O último índice, relativo à taxa de câmbio de Fevereiro desse ano, mostra uma Londres muito barata. Pela primeira vez desde 2002, Londres está mais barata que Nova York, tendo despencado da oitava cidade mais cara do mundo para a vigésima sétima, devido à desvalorização da libra em relação às outras moedas, como o dólar e o euro (para comparação Nova York está na vigésima terceira posição e São Paulo na posição de número 83). Em compensação, Zurique ganhou uma posição desde o último índice de Setembro do ano passado, ocupando o posto de sexta cidade mais cara do mundo e Helsinki, apesar de ter caído 3 posições, ainda é a sétima cidade mais cara do mundo. Não encontrei informações sobre Berlim, mas se minha intuição estiver certa como quanto a Londres, não duvido que o custo de vida lá seja mais barato do que de São Paulo.
Uma tabela que mostra a variação do último período para o atual em algumas cidades:

Fontes:
Big Mac Index: http://www.economist.com/markets/indicators/displaystory.cfm?story_id=13055650
EIU:
http://www.economist.com/markets/rankings/displaystory.cfm?story_id=13252399
http://www.eiuresources.com/mediadir/default.asp?PR=2009030906
http://www.finfacts.ie/irishfinancenews/article_1016156.shtml
http://www.eiuresources.com/mediadir/default.asp?PR=2009030903
Agora, sobre o fim de semana, posso dizer que ele foi bem musical, com exceção do sábado em que foi um pouco turístico. Na sexta-feira, após as aulas e o almoço fui para Zurique, onde já havia comprado ingressos para assistir um concerto. Seria a “Paixão Segundo São Mateus” de Johann Sebastian Bach, talvez sua obra mais importante. Trata-se de um oratório de quase três horas que conta a partir dos escritos de São Mateus os últimos passos de Jesus. Apesar de ser todo cantado em alemão, entendi boa parte do mesmo, principalmente graças ao meu grande fanatismo por essa obra que compensava o meu pequeno conhecimento do idioma. Eu conhecia grande parte das músicas desse oratório, que já havia escutado com a Osesp acho que quatro anos atrás (se eu não me engano foi o último concerto que o maestro Roberto Minczuk regeu a Osesp na Sala São Paulo). O grande destaque do concerto era o maestro Ton Koopman, um holandês, que é um dos maiores regentes de música barroca atualmente. Ele demonstrou um grande conhecimento da obra, já que, além de reger a orquestra e coral duplos, ainda tocou a parte do segundo órgão que estava adaptado para ele tocar em pé. A orquestra era a Tonhalle que já havia visto anteriormente e esteve muito bem, com os solistas instrumentais, que são muitos, fazendo um bom papel. Os solistas também foram muito felizes, principalmente o tenor que fez o Evangelista. Destaque também para a parte de contralto que foi cantada por um contra tenor, como era feito na época de Bach. Depois do concerto, tinha a opção de ir encontrar o pessoal da faculdade em Zurique, já que eles iam sair por lá, porém, não tinha condições emocionais, após tão bela música.
No sábado, não tinha muito que fazer, então decidi ir para Konstanz na Alemanha para passear aproveitar os preços baixos do outro lado da fronteira. Trata-se de uma cidade muito bonita, com um centro bem antigo (acho que medieval) na beira do lago de mesmo nome (também conhecido, na Alemanha, como Bodensee). Acho que estou ficando muito suíço, já que as coisas aqui de sábado fecham as 5 da tarde, pois quando ia, estava planejando o que fazer enquanto esperava até o trem das 7 horas, quando não preciso mais pagar. Mas, felizmente, a Alemanha não é a Suíça e as coisas lá, não fecharam as cinco e eu pude aproveitar mais o meu tempo lá. Encontrei o supermercado que costumava ir em Berlim (Edeka, com muitos produtos “Gut und Günstig” – bom e barato) além de algumas boas livrarias que vendiam coisas baratas. Lá, pelo menos pude comer comidas por preços razoáveis não como na Suíça (comi uma caixinha de comida chinesa por 3,50 euros (12 reais), enquanto na Suíça não dá para se comer uma única salsicha por menos de 6 francos (12 reais)). Acabei comprando também uma daquelas garrafinhas térmicas pequenas para que eu pudesse levar café para as aulas, já que eu estava gastando um bocado com cafés nos intervalos de aula. Acabei demorando um pouco para chegar em casa já que perdi por um minuto um dos trens que vinha para cá e tive que dar a volta por outra cidade para chegar mais rápido.
No domingo, fui ainda de manhã para Zurique, onde pretendia ir à ópera. Já havia perguntado anteriormente se haveriam ingressos para estudante na porta, recebendo uma resposta positiva. Cheguei na hora do almoço e almocei no lugar mais barato possível (por incrível que pareça é comprar dois cheeseburguers do Mcdonalds por 5 francos – 10 reais!). Chegando na ópera perguntei por ingressos para estudante e os melhores lugares estavam por 45 francos. Não hesitei em comprar, apesar de um pouco caro, pois sabia que o preço original desses lugares era 320 francos, além de se tratar de uma chance quase única de se assistir “Die Walküre – As Valquírias” segunda parte do “Anel dos Nibelungo”. O “Anel dos Nibelungo” é um ciclo de quatro óperas escritas por Richard Wagner que totaliza mais de quinze horas de duração e é inspirado na mitologia nórdica, mais precisamente num poema épico chamado “Nibelungslied” que foi escrito por volta do ano 1200. Esse ciclo é, provavelmente, uma das óperas de mais difícil montagem já que necessita de muitas pessoas para sua produção, desde muitos solistas, uma orquestra bem grande, além de grandes cenários. A parte que eu assisti, “As Valquírias” é segunda ópera do ciclo e é bem famosa pela introdução do terceiro ato, a famosa “Cavalgada das Valquírias” (duvido que alguém não conheça). Na verdade, acho que o segredo de Wagner para que as pessoas assistam suas óperas por inteiro é caprichar na introdução do terceiro ato, para que as pessoas agüentem as mais de três horas para sua chegada; digo isso porque a outra ópera de Wagner que já assisti foi “Lohengrin” há cinco anos em São Paulo e que possui como introdução do terceiro ato a sua marcha nupcial, imortalizada no Brasil sob o texto de “Com quem será?”. A ópera foi muito boa, apesar de novamente totalmente em alemão (ainda bem que eu havia estudado o enredo antes de sair de casa). O regente, Phillipe Jordan, foi bastante bem, assim como havia ido na outra vez que o vi na Sexta de Mahler ano passado em São Paulo. Quanto aos cantores, gostei bastante das duas sopranos que fizeram os papéis de Sieglinde e da Valquíria Brünhilde. Já o tenor que fez o Siegmund também era bastante bom, assim como quando cantou o papel de Florestan na ópera Fidelio de Beethoven com a Osesp. Resumo da ópera: sentei para assistir a ópera às 2 da tarde e só saí do teatro às 7 da noite, ou seja, todo dia gasto ali e um dia bem desgastante (pelo menos fiz alguma coisa no domingo, já que não se tem muito que fazer nesse dia na Suíça).
Hoje tive só uma aula que na verdade é uma monitoria. Porém tive que terminar de ler e responder a algumas questões sobre um livro de John Stuart Mill chamado “Sobre a Liberdade” que já estou lendo há alguns dias e que foi comprado em Londres. Comi Kebab de janta, coisa que não comia desde o primeiro dia em que cheguei aqui, apesar do preço alto (aqui custa por volta de 9 francos – 18 reais, enquanto em Berlim custava por volta de 4 euros – 12 reais), pois o molho do macarrão que iria fazer estava estragado.
Algumas poucas fotos de Londres:

Emirates Stadium - estádio do Arsenal

Tower Bridge

Big Ben

Stamford Bridge - estádio do Chelsea

London Eye

AGF Arena - estádio do FC St. Gallen
Olá Edu,
ResponderExcluirVc anda passeando bastante!
Tem que aproveitar mesmo, afinal, está na Europa.
Vc tirou fotos do lago Bodensee? Depois queremos ver.
Subiu no London Eye? Eu pedi p/ a Yuubi tirar uma foto lá do alto.
Fora Londres, tem mais alguma viagem programada?
Já pensou em conhecer a Austria? Vc que gosta de música clássica, iria gostar de conhecer a ópera de Viena. Bom, eu acho.
Com relação ao chocolate, se vc achar uma revista especializada sobre o assunto, irá encontrar uma lista com as melhores lojas que vendem chocolate. Alguns são caros, mas vale a pena experimentar.
Aproveite a viagem.
Tia Missae e tio Jorge (tios da Yuubi)
Du,
ResponderExcluirConcordo com os comentários dos tios da Carol. Vc está passeando bastante e espero que esteja estudando bastante também.
Um dia desses, ouvi a Radio Cultura que dizia sobre Strauss. Parece que o famoso é o Johann Sebastian II, não é? Acho que podemos na passada pela Austria, ir conhecer a ópera de Viena.
No seu regresso, podemos levar a irmã da Carol que nunca foi a um estádio. Assim ela além de assistir ao vivo, pode acrescentar no seu vocábulário palavras de calão não muito elevado.
Du,
ResponderExcluirEnqto vc vai "in loco" assistir as óperas, nós temos assistido, via cinema, as óperas que estão sendo apresentadas no Metropolitan de Nova York. É um acordo firmado com algs cinemas que transmitem diretamente do teatro . Mto bom, pois é legendado e quem desconhece o enredo, toma conhecimento do mm. Nesse domingo (22), foi apresentado Madame Butterfly, de Puccini. Conduzida pelo maestro PatrickSummers, teve participação de um elenco de primeira.
Campinas tem uma sala reservada que fica lotada qdo há essas apresentações. Mto interessante esse acordo pois possibilita a todas as pessoas assistirem uma ópera a preços bem convidativos: R$ 30,00 e R$ 15,00 (meia).É tudo tão bem feito que vc tem a sensação de que está no teatro...
Abraços,
Tia Mi
e essa tabela miguezona do bigmac tirada do professor family?
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