quinta-feira, 29 de janeiro de 2009
Décimo nono dia
Fui para a aula de alemão e cheguei um pouco cedo, tendo que esperar um pouco na rua, enquanto a professora não chegava para abrir a porta da casa onde fica a sala. Tivemos somente a primeira parte da aula, pois depois partiríamos para uma excursão pela cidade. A aula foi fácil, apesar de não ter feito a lição de casa, pois domino bem o assunto que é o Perfekt (tempo passado). Por volta do meio dia, partimos até a Friedrichstrasse, que fica na região central de Berlin, mas na parte leste. Esse ponto de partida da excursão era na época comunista a principal rua comercial da cidade. Dali, iríamos para o Berliner Dom (igreja), o qual já tinha visitado anteriormente. Até que foi divertido ficar tentando falar alemão (já melhorei muito desde que cheguei aqui) e conhecer lugares novos (apesar de que eu já tinha ido em muitos dos lugares visitados). Paramos para almoçar numa praça de alimentação de um shopping na Fridrichstrasse, onde comi um macarrão bastante bom. Depois dessa pausa, a professora nos levou a uma fábrica de chocolate próximo a esse shopping, onde comemos e depois, não resistimos e compramos alguns chocolates. Nesse momento, a excursão foi encerrada e fiz o caminho de volta pela mesma rua de onde vim, pois havia visto um local que trocava travel checks. Troquei algum dinheiro (pela primeira vez na viagem) e voltei para um lugar que queria muito ir: uma boa livraria. Ela também fica na Friedrichstrasse e é patrocinadora da Filarmônica de Berlim. Ela é bem grande, porém, não consegui conhecer mais do que dois andares dessa livraria. Explicação: o subsolo, que é bem grande, é só de música clássica (e tem tudo!) e no térreo, tem uma seção só de partituras e acessórios para músicos. Nisso, as duas horas que eu tinha passaram voando e ficou ainda uma vontade de explorar os outros três andares da livraria (incrivelmente, saí sem comprar nada!).
Tinha um compromisso às 6 e meia da tarde que era um encontro com um professor brasileiro da Freie Universität, que é o coordenador do centro de estudos latino americanos da mesma. Cheguei por volta das 6 horas, porém só consegui falar com ele umas 7 e 15 (ele é bastante requisitado por seus alunos, que incluem um brasileiro e uma das instrutoras no programa de féria que estou fazendo, com os quais conversei por alguns instantes). Ele me contou como funciona o sistema de pós-graduação na universidade além de dizer que não é difícil conseguir um intercâmbio acadêmico durante a graduação, como o que vou fazer em St. Gallen (quem sabe no segundo semestre não fico em Berlim?). De qualquer maneira, foi bom fazer contato com esse professor, que falou que quando eu fosse pensar num doutorado, ou coisa assim, que entrasse em contato com ele que ele poderia me ajudar (ele conhecia alguns dos meus professores de sociologia da USP).
Depois de sair da universidade, fui me encontrar com minha amiga/vizinha num bar brasileiro do qual ouvimos bons comentários. Era realmente um lugar bem legal que dava pra matar a saudade da terrinha, pois todos falavam português e a maioria eram brasileiros (com direito a música brasileira ao vivo!). Fiquei lá algum tempo comendo bolinhos de bacalhau, mas depois voltei para casa pois precisava escrever um ensaio para a aula de alemão de amanhã. Fiz isso e depois escrevi o diário, apesar de estar cansado, pois, se não escrevesse hoje, acho acumularia muito trabalho que talvez não fosse cumprido, já que amanhã vou receber visita...
quarta-feira, 28 de janeiro de 2009
Décimo sétimo e décimo oitavo dias
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26 de janeiro
Me atrasei um pouco para sair, fazendo com que perdesse o trem. Fui num trem logo depois, porém esse faz com que eu perca o ônibus que deixa mais próximo do prédio em que tenho aula de alemão. Então, tive que pegar outro ônibus, que faz com que tenha que andar um pouco. Mesmo assim, não cheguei atrasado à aula. O início da aula foi bem tranqüilo, somente resolvendo exercícios, que depois serviriam para a prova que aconteceu logo depois. Não estava difícil e acho que fui bem. Almocei rápido e sozinho no Mensa pequeno, pois tinha que voltar e enviar alguns e-mails referentes à universidade de St. Gallen. Feito isso, começou a aula que foi, novamente, bastante fácil.
Ao final da aula, fui até o prédio ao lado, onde costumo ficar usando a internet e nesse dia estava estudando para a minha apresentação sobre figurinos no dia seguinte. Ali, encontrei-me com outros colegas que planejavam o que fazer a noite. Havia duas opções para mim: ir para o apartamento de um australiano comemorar o Australian Day (dia 26 de janeiro, que é o dia da independência da Austrália), ou ir a um clube de jazz que teria um show que parecia ser interessante e de graça. Adivinhem para onde fui? Para onde tinha música, é claro!
Antes disso, porém, fui até a Alexanderplatz, onde algumas amigas iam para comprar pen-drives e outras coisas. Ali, entramos numa grande loja de departamentos chamada Kaufhaus. Enquanto olhavam perfumes, fui para a seção de comidas. Era fantástica! Se nos supermercados eu já ficava impressionado com a variedade de coisas, nessa loja (meio chique), então, nem se fala. E não era tudo tão caro quanto parecia. Mas tinha de tudo, absolutamente, desde cachaça brasileira (caríssima!) até lagostas vivas. Comprei pão, chocolate e queijo, quem tem sido a minha janta, normalmente. Voltei para o apartamento (teve a história da comida no metro que depois eu conto) e enquanto minha vizinha esperava as roupas dela serem lavadas, ficamos no meu apartamento comendo queijo, pistache, presunto cru e chocolate, enquanto ouvíamos Chico Buarque (descobri só naquele dia que no conjunto de apartamentos, só no meu tinha lavanderia). Depois, saímos em direção ao clube de jazz. Era próximo da estação Nordbahnhof, numa rua chamada Invalidenstrasse. Porém, para chegar lá, tínhamos que atravessar um terreno abandonado e um estacionamento, que estavam bastante escuros. Parecia ser um lugar bem estranho, porém, logo descemos uma escada e adentramos no local do show. Era um lugar muito bom, com muitas pessoas que pareciam executivos que acabaram de sair do trabalho, além de bastantes estudantes. Era um porão onde a música era muito boa, com uma banda formada por guitarra, contrabaixo, bateria, trompete e sax. Outro fator bom é que os alemães não se importam em dividir as mesas com outras pessoas, então, apesar de estar bem cheio o local, não foi difícil sentar e, também, que ninguém ficava fumando lá dentro. Tocaram muitas músicas famosas e por volta das 11 e meia fomos embora de lá. Cheguei um pouco cansado, mas mesmo assim estudei mais um pouco.
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27 de janeiro
Acordei de manhã bem cedo para estudar para a minha apresentação. Na verdade, acho que já estava pronto, porque não consegui aprender mais nada. No final, não tive que fazer minha apresentação hoje e a aula foi bastante entediante, pois, como o professor não estava, o substituto, amigo dele, não era muito organizado. De qualquer maneira, foi legal a presença de um compositor de música para documentários na aula que falou como é o processo de composição (apesar de eu já saber como funcionava). O ruim, foram as perguntas de alguns colegas que foram bastante idiotas e inúteis. A parte da tarde da aula (o almoço foi bom, arroz, batata, um frango com tempero indiano e um mousse de morango) continuou bastante entediante ainda, principalmente porque se estendeu até as 5 e pouco da tarde (era pra acabar às 3 e meia). Depois da aula, estava bastante cansado, então fiquei um pouco mais na universidade usando a internet e combinando com a Carol o melhor jeito de nos encontrarmos na quinta-feira e logo depois peguei o rumo de volta para casa. No caminho passei num dos lugares mais divertidos (não, não é a Potsdamer Platz) para compara minha janta. Quem pensou em supermercado, acertou. Fiz uma compra enorme, pois já estava quase sem nada para comer (depois vou fazer um desafio, como a Carol faz, para ver quem acerta o preço de algumas coisas aqui). Fiz um macarrão de janta, mas comi outras coisas também. Acho que hoje é o primeiro dia que volto direto pra casa e não saio mais. Mas também mereço um descanso depois de tantos dias agitados.
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Mais tarde mais coisas...
domingo, 25 de janeiro de 2009
Décimo sexto dia
Saindo de lá, fui para o Gewandhaus, a sala de concerto de Leipzig, que abriga uma das orquestras mais velhas do mundo, que tem o mesmo nome da sala. Estava marcado que iria ter um concerto às 11 horas, porém acho que não teve ou foi em outro lugar, pois parecia tudo escuro e fechado. Fui então até a casa de Felix Mendelsohn, um compositor bastante famoso do século XIX, que todos, com certeza, conhecem uma música, que é tocada em todos os casamentos. Esse compositor está completando 200 anos na próxima semana, então estão acontecendo várias comemorações a esta data aqui na Alemanha. Nessa casa, que visitei, ele passou seus últimos 15 anos de vida e ali, estava começando um concerto de música de câmara, mas não quis ir porque era caro (12 euros) e não tão interessante. Saí de lá e continuei caminhando pela cidade, porém estava tudo fechado, o que fez com que o passeio não fosse tão bom. Decidi retornar para perto da Thomaskirsche, onde tem a casa de Bach, porém, descobri que ela está fechada para reformas até 2010 (tinha um museu provisório, onde não tinha nada legal). Entrei, então, novamente na Thomaskirsche, onde não havia mais missa e assim, pude ir até o altar, onde Bach está enterrado. Saindo de lá, passei numa lojinha, onde comprei souvenirs e decidi ir de volta à estação central para tentar antecipar minha passagem de volta (estava marcada para as 16:51h), já que não havia muito mais para se fazer na cidade (haveria uma ópera as 3 da tarde, porém, sendo de Wagner, acabaria muito tarde e tinha que ir embora para estudar para uma pequena prova que tenho amanhã). Com meu alemão enrolado, consegui fazer isso e as 13:40h o trem saiu rumo a Berlim.
Cheguei a tarde e dormi pois estava bastante cansado. Agora, a noite, vim para um café para comer algo e usar a internet.
sábado, 24 de janeiro de 2009
Décimo quarto e décimo quinto dias
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23 de janeiro
Fui cedo para a universidade e conversei com a Carol pelo Skype até por volta das 10 horas, quando começaria a minha aula. Porém, o professor se atrasou e a aula acabou começando somente por volta das 10 e meia. O tema da aula foi “Production Design”, design de produção, também conhecido como direção de arte. Essa aula foi incomum, pois havia poucos alunos, pois alguns haviam ficado doentes. Depois de uma exposição sobre o tema, o professor passou, como ilustração, o making off do filme “The Lezte Mann”, traduzido para o inglês como “The Laughting Man”, que é um filme alemão mudo da década de 20 e que foi dirigido por Murneau.
O almoço no Mensa estava muito bom. Eu comi espinafre, batata, uma carne de porco que acho que era Kassler e de sobremesa um bolo (depois eu mando a foto). Depois do almoço, o professor levou minha turma para o museu de filmes de Berlim, onde estava sendo montada uma exposição sobre Hitchcock. Os responsáveis pelo museu apresentaram a exposição para nós, pois sem eles, nada entenderíamos, já que muitas das peças não estavam nem pregadas nas paredes ainda. Foi bem interessante conhecer as relações entre os departamentos na produção de um filme, principalmente no contexto das obras de Hitchcock, que muitos consideram um gênio por fazer tudo sozinho, fato que não é verossímil.
Após a exposição, ficamos mais algum tempo no museu de filmes esperando por outros colegas que iriam nos encontrar (outro motivo é quês estava bastante frio ontem, com um vento bastante forte). No final, quase ninguém foi até lá. Apesar disso, saímos em busca de algum lugar para sentarmos e comermos alguma coisa. Não encontramos nada por perto e então o grupo, que era de 5, acabou se dispersando. Fui, no final, com minha vizinha de apartamento até a região da Alexanderplatz, onde passamos numa loja de eletrônicos (Mediamarkt, onde o (para o Gui, o Pit e o Lucas) X-box 360 custava a partir de 180 euros!). De lá, saímos andando e encontramos uma rua com vários restaurantes e bares bastante legais. Acabamos entrando em um que era bem barato, com as pizzas custando a partir de 4 euros (e o pior é que eram boas!).
Depois, quando voltamos, minha amiga passou no meu apartamento, pois iria passar músicas para o mp3 que ela comprou e iria emprestar o sabão em pó, para ela não cometer o mesmo erro que eu e esquecê-lo (como ela não iria para Dresden, ela iria lavar roupas no sábado).
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24 de janeiro
Acordei muito cedo no hoje (6 e quinze) para não me atrasar novamente para a excursão. Mesmo assim, acabei chegando em cima da hora, 7 e meia, na universidade, pois os trens e ônibus também têm preguiça de acordar cedo. Porém, o ônibus da viagem acabou saindo somente por volta das 8 e 20, pois um grupo de alunos avisou que iria se atrasar. Acho que esse atraso já estava no cronograma, pois o mesmo foi seguido pontualmente. Antes de partirmos, perguntei a instrutora se poderia “fugir” da excursão, pois não estava (e acho que nunca vou estar) com vontade de ficar num grupo imenso ouvindo alguém dizer coisas nem sempre interessantes e visitando lugares nem sempre interessantes. No meio do caminho paramos em um posto, que era muito bom, principalmente quando comparado com os postos brasileiros (aqui também tem lei seca, mas eles vendem uma quantidade bem grande de cervejas no posto, para ver a responsabilidade dos alemães, que também pode ser percebida nos ônibus e trens, que não possuem catracas). Dormi praticamente a viagem toda, acordando quando chegamos a Dresden (11 horas). Lá, fiz o city tour com o grupo (até as 13 e 20) e conheci o centro histórico que é bastante interessante, pois se trata de uma cidade que teve, no século XIX um governante maluco e megalomaníaco, que gostava de contruir muitas coisas, além de ter sido praticamente destruída na Segunda Guerra e passado o período comunista praticamente abandonada (boa parte desse centro histórico foi restaurada e reinaugurada nos últimos 10 anos). Tirei muitas fotos hoje (acho que nem a Carol ganha de mim!) e logo vou colocá-las aqui. É claro que o lugar que mais me chamou a atenção foi a ópera de Dresden, que é bastante famosa (é claro, também, que já sabia que as duas da tarde iria ter uma apresentação e por isso queria fugir do grupo!).
Mas as igrejas e o rio Elba, tamb´me são bastante bonitos e mereceram também, muitas fotos.
Voltando à ópera, fui para lá logo ao termino do tour e consegui comprar ingressos de estudante por 10 euros (novamente, no melhor lugar da sala, bem no meio e na oitava fileira). Porém, nessa ópera eles fazem uma coisa não muito justa que é obrigar todos a deixar os casacos na chapelaria e cobrar 1,50 euros por isso. De qualquer modo, a apresentação foi de uma opereta, que é bastante famosa “O Morcego” de Johann Strauss Filho (a abertura, tenho certeza que todos conhecem). A récita era entremeada por diversas intervenções de diálogos cômicos, além de ser totalmente em alemão e sem legenda, fatos que dificultaram a minha compreensão de tudo o que ocorria. Mesmo, assim, entendi a história e algumas piadas. A montagem era muito bem feita, com o fosso da orquestra não ficando muito na beira do palco, permitindo que os cantores viessem, realmente, perto da platéia. Comprei alguns souvenirs ao final da récita e fui em direção à Hauptbahnhof (estação central), para embarcar rumo a Leipzig. No caminho passei por uma zona mais comercial de Dresden e comi uma salsicha diferente que era bastante boa (Bratwurst, que é um pouco mais ardida que as outras e é característica da região da Turíngia, que fica perto de Dresden. Dreden é capital da Saxônia). O bom da salsicha daqui são os acompanhamentos, no caso da de hoje, a mostarda era muito boa. Chegando na estação, logo comprei minha passagem numa máquina que vende (se compra no caixa é mais caro).
Por volta das 7 horas cheguei em Leipzig, comprei a passagem de volta para Berlim (às 5 da tarde, com duração de 1 hora, por 36 euros) e fui procurar um lugar para passar a noite. Rodei a cidade e vi alguns hotéis, mas acabei escolhendo um albergue perto da estação que parece bastante razoável (15 euros por noite). Fiz o “check-in” e depois saí para explorar a cidade mesmo a noite (na verdade já sabia os lugares onde queria ir). Fui jantar num restaurante bastante famoso na Alemanha, o Auerbachs Keller, que além de ser um lugar onde o Goethe ia quando estudante, é personagem do Fausto do mesmo autor (já que uma das cenas do Fausto se passa lá). Depois, fui tomar café no lugar onde o Schumman ia. Passeio bem turístico, não é? Depois voltei para o albergue e fiquei algum tempo na internet, como deu pra perceber no post anterior (agora eu descobri que dá pra usar o meu computador com internet aqui). Amanhã vou conhecer melhor a cidade...
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De Leipzig
sexta-feira, 23 de janeiro de 2009
Décimo segundo e décimo terceiro dias
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21 de janeiro
Ontem aconteceu uma excursão dentro do curso de alemão que foi bastante interessante, apesar de estar fazendo bastante frio. Após alguns poucos minutos de aula em classe, partimos em direção à Prenzlauer Berg, que é um bairro na parte leste da cidade, que possui uma grande importância na história. No final do século XIX, quando a Alemanha estava se industrializando, era o local onde os trabalhadores moravam (visitamos um prédio que conserva a arquitetura dessa época). Depois, na Segunda Guerra, foi local de uma das últimas batalhas, onde russos e alemães se enfrentaram. Bem próximo dali, ficava o muro de Berlim. Assim, trata-se de um lugar fascinante, onde toda a história de mais de um século está preservada, que além disso, concentra boa parte das grifes alternativas de Berlim. Como já disse, estava bastante frio e, terminado o tour, fomos almoçar num local indicado pela professora, que também é uma brauerei, lugar onde se fabrica cerveja. A comida até que estava boa.
Depois desse almoço fui, com dois colegas, à Wittenberg Platz comprar a bateria da câmera que eu havia estragado no dia anterior. Logo, sai de lá rumo à universidade, onde haveria uma aula aberta em inglês de sociologia, na qual eu estava interessado, já que queria conhecer um pouco mais como funcionam as aulas por aqui. No final, a aula acabou sendo cancelada, pois a professora havia ficado doente (tinha um bilhete enorme em alemão, mas só entendi uma palavra que é Kranken, que tem alguma ligação com doença). Mas, de qualquer maneira, conheci o departamento de sociologia e política da universidade que parece ser bastante importante. Além disso, enquanto procurava por esse prédio, encontrei no site desse departamento, o nome de um professor brasileiro, que é titular aqui e possui formação em Economia e Ciências Sociais. Mandei um e-mail para ele e combinei de ir conversar com ele na semana que vem. Quero descobrir mais sobre a universidade e como fazer para voltar para estudar mais por aqui.
Fiquei um pouco mais na universidade no computador (consegui falar com a Carol e o maestro pelo Skype), mas logo fui para a Potsdamer Platz, onde iria encontrar com alguns amigos. O problema é que acabamos desencontrando e, como estava cansado, decidi voltar para casa. Passei no supermercado e comprei queijo (Camembert President por 1,19 euro) e chocolate (suíço por 0,59 euro), que seriam minhas jantas. Fiz minhas lições de casa e dormi, em seguida.
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22 de janeiro
Pela manhã, quando ia para a faculdade, encontrei com o americano que está na minha sala de alemão e fomos conversando, junto com minha amiga brasileira e uma argentina, que é musicista e está competindo comigo para quer quem vai em mais concertos (ela é cantora na academia do Teatro Colón, por isso, enquanto vou a muitos concertos, ela vai a muitas óperas). Tomamos um café, eu e o americano, no prédio principal e depois fomos para a aula. A aula decorreu normalmente e, no almoço, fui no Mensa I, que é o refeitório menor (cardápio do dia: espetinho de frango empanado recheado com curry). Depois da aula, fiquei algum tempo na internet antes de voltar para casa, onde que teria que realizar uma tarefa incrivelmente difícil: lavar roupa. No caminho passei num supermercado e comprei produtos de limpeza que tava precisando, como detergente e esponja. Porém, esqueci do sabão em pó, fato que fez com que logo que cheguei na lavanderia, tivesse que voltar para comprá-lo. Coloquei minhas roupas na máquina (e o sabão no lugar do sabão) e programei a lavagem (demoraria 48 minutos). Passado o tempo, voltei e retirei as roupas, que estavam molhadas. O problema foi que não consegui usar a secadora... Então coloquei as roupas de volta na máquina de lavar e escolhi o modo centrifugar (mais três euros gastos...). Depois de dez minutos, as roupas estavam mais secas, porém, não completamente. Isso fez com que todas as coisas onde fosse possível pendurar algo, seja no banheiro ou no quarto, virassem um varal (incluindo todos os aquecedores). Terminada essa tarefa, saí rumo a algum concerto (ou da Filarmônica de Berlim ou uma ópera na Staatsoper). Acabei optando pela Filarmônica e chegando lá, consegui novamente comprar um ingresso barato para um lugar ótimo (terceira fileira do lado direito, bem perto do maestro). O concerto foi novamente ótimo, mas não tão empolgante quanto da primeira vez (talvez devido ao repertório e ao maestro). Foram apresentadas três obras: primeiro de um compositor chamado Bernard Allois Zimmerman (do meio do século XX, que ficou algum tempo no Brasil), um introdução orquestral chamada “Photophosis”. Depois de Robert Schumman, o concerto para violino e a segunda sinfonia. O regente foi um finlandês, Sakari Oramo, que é regente da Orquestra da Rádio da Finlândia e a solista foi a violinista alemã Isabelle Faust, que tocou num Stradivarius. A primeira peça, com sonoridade bastante contemporânea, não agradou muito aos espectadores, mas o concerto para violino, apesar de bastante introspectivo, foi bastante ovacionado, fazendo com que a solista tocasse um bis (algum movimento de alguma sonata de Bach). Já a sinfonia foi bastante boa, mas acho que o maestro é um pouco exagerado nos seus movimentos, o que às vezes parece não parece muito natural. Mas a filarmônica é sempre a filarmônica e, num todo, o concerto foi excelente (o spalla foi o spalla principal, que é japonês e está na orquestra desde os tempos do Karajan).
Amanhã já é sexta-feira e não sei muito bem o que vou fazer no fim de semana.
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Sobre o outra orquestra que eu assistir, saiu uma matéria no uol:
http://musica.uol.com.br/ultnot/2009/01/21/ult89u10169.jhtm
quarta-feira, 21 de janeiro de 2009
Décimo Primeiro Dia
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Sem muitos detalhes hoje, porque não há muitos detalhes...
Hoje minha aula começava somente às 10 horas, porém cheguei na faculdade por volta das 8 e meia e fiquei algum tempo na internet. A aula de cinema foi com outro professor, um operador de câmeras, e foi bastante cansativa e entediante (foi sobre direção de fotografia), pois durou das 10 até cerca de uma e quinze da tarde, praticamente sem intervalos. Almocei no Mensa principal e comi um macarrão recheado com tomate e com molho também de tomate, que estava razoável, além de uma sopa de cebolas com queijo que estava boa. Na segunda metade da aula foi apresentado um filme com entrevistas com diretores de fotografia que também era bastante chato (faz parte algumas aulas chatas também...). Após essa aula, o professor titular chegou e nos levou ao encontro de duas mulheres, roteirista e diretora do filme que vi na última aula. (“O Estranho em mim”, que depois descobri que foi exibido na Mostra de Cinema de São Paulo do ano passado e ganhou o prêmio da crítica e o de melhor atriz). O encontro foi na casa da roteirista, um apartamento muito legal num bairro perto do centro. Ali, conversamos por cerca de 2 horas e meia, tomando um ótimo chá oferecido pela anfitriã. Quando saí, pretendia ir à um concerto na sala da filarmônica, mas não haveria tempo, pois já eram mais de 7 e meia e o concerto começava às 8. Então, decidi sair com meus colegas de curso. Fomos, eu, um brasileiro e uma canadense, a um bar/restaurante mexicano, onde comi uma boa salsicha com batatas fritas. Fiquei um bom tempo lá conversando e depois voltei para casa.
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Pai, dessas comidas que você me indicou, nem todas são dessa região da Alemanha, por isso, talvez não seja possível experimentá-las. O prato típico de Berlim é o Currywurst.
terça-feira, 20 de janeiro de 2009
Décimo Dia
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Ontem foi um dia mais comum, eu acho. Não fiz nada de muito diferente. Na verdade, isso tem um motivo, adiantei um pouco minhas tarefas para que pudesse viajar para algum lugar no próximo fim de semana (ainda não sei muito bem para onde, mas talvez para Praga ou Londres).
Assisti a aula de alemão de manhã, na qual haviam entrado duas novas garotas na nossa turma, uma chinesa e uma taiwanesa (antes eramos em cinco homens, três brasileiros, um australiano e um americano e já estávamos bastante enturmados, o que deixou essas garotas, talvez um pouco sem graça).
Sobre a hora do almoço tenho algo para contar. Participei do esquema que os brasileiros estão fazendo para economizar dinheiro no Mensa (não que eu concorde totalmente com isso!). Os complementos da comida (arroz, batata, macarrão...) são cobrados pela diversidade e não pela quantidade que você põe no seu prato. Por exemplo, se eu pegar uma colher de arroz e uma de batata, vou pagar 0,40 pelo arroz e mais 0,40 pela batata. Porém, se eu encher meu prato de batatas, vou pagar somente 0,40. Assim, o esquema é cada um pegar uma grande quantidade de cada complemento e depois compartilhar com os outros. Na verdade a econimia não é tão grande, talvez não compensando a "vergonha" de ficar passando a comida de um prato para o outro, mas os estrangeiros para quem contamos isso ficaram maravilhados com nossa criatividade e habilidade em burlar regras. É o jeitinho brasileiro...
Mas, além de ser responsável pelo arroz, comi um frango com molho de aspargos (as carnes são cobradas por pedaço) e uma tigelinha de sopa de batatas que estavam bastante bons.
Depois do almoço, a aula foi na copa do prédio onde tenho aulas, com direito a chás, bolachas e chocolates.
Ao fim da aula, fui até um outro prédio da universidade (acho que é o segundo principal) e fiquei fazendo minhas lições de casa enquanto procurava por passagens para o fim de semana. Por volta das cinco da tarde, fui, com minha amiga, até a Wittenbergplatz, onde iria comprar o carregador de baterias para a câmera. Acabei comprando um caregador que serve para qualquer tipo de baterias, mas que não é tão fácil de se utilizar, visto que talvez tenha estragado minha bateria (depois mando uma foto dele)... Ali naquela região passamos por diversas lojas que tinham coisas bastantes baratas devido às promoções (tinha uma loja da Nike com bastantes coisas de golf, mas nada tão barato quanto o meu sapato que comprei em São Paulo).
Saindo de lá, iriamos para um lugar chamado Café do Brasil, onde achavamos que talvez fosse bom (ele fica no bairro de Kreuzberg (pronuncia: Cróitsberg), que possui uma vida noturna bastante agitada). Entrando nesse local, olhamos o cardápio e tudo era demasiadamente caro, além de ficar tocando pagode de segunda categoria (se é que existe pagode de primeira...). Assim, não hesitamos em sair de lá e procurar por outro lugar. Acabamos parando num bar estilo pub que era bem agradável, com um garçom/dono, bastante simpático. Conversando com minha amiga, descobri uma coincidencia bastante grande: ela havia estado em Conservatória/RJ em setembro do ano passado no festival de música e cinema em que toquei! (Achei que ninguém em São Paulo conhecesse essa cidade, mas acabei encontrando alguém em Berlim!).
Bom, na volta para o apartamento, o trem demorou bastante (por volta de 20 minutos) e estavamos conversando em português quando alguém perguntou se estavamos falando português. Logo conversamos bastante com esse sujeito (impressionantemente em alemão!), que era iraniano e já estava em Berlim há 18 anos. Ele sabia tudo sobre o futebol brasileiro e bastante sobre Berlim. Chegando em casa, logo dormi (por volta das 11 horas...)
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Pelo que se deu para perceber, a fama do mal humor e "objetividade" dos alemães não é tão válida aqui em Berlim. Já conversei com tantas pessoas nas ruas que nem me lembro mais... Pode ser pelo fato de que Berlim é uma cidade multicultural com muitos estrangeiros, sendo bastante diferente do resto da Alemanha.
segunda-feira, 19 de janeiro de 2009
Fotos 2

Um dos armários da cozinha

Outro armário da cozinha

Gaveta da cozinha

Armário de roupas (no dia em que cheguei!)
Agora algumas dos meus passeios por Berlim:

O monumento para as vítimas da guerra

Eu lá no meio desse monumento/labirinto (a intenção é deixar vc com uma sensação de claustrofobia, apesar de que não senti isso, pois estava escorregando e era difícil para em pé)

O Reichtag, visto de dia e de frente

Aqui é a entrada da Staatsbibliotek (Biblioteca estatal), que infelizmente estava fechada no dia em que fui

A universidade Humboldt (com eu pequenininho ali)

Essa é minha amiga Adriana e o livro que achamos (em alemão!) na feirinha da Humboldt

Aqui estamos em frente a Berliner Dom (a igreja que falei que visitei). Foto tirada pelo nosso amigo pernambucano que conhecemos.

Túmulo de Friedrich II (Frederico II) que fica nas catacumbas daquela igreja

Aqui já é em Potsdam e eu estou usando meu overcoat novo (nem tão novo assim, pois já usei umas quatro vezes...)

Por fim, o templo sagrado da música clássica, com sua realeza a Filarmônica de Berlim. (esse é a visão do lugar onde sentei, pagando 15 euros!)
Nono Dia
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18 de janeiro
Já é domingo. Significa que já estou em Berlim a uma semana. Bastante tempo, não é? Mas, na verdade, parece que estou aqui a mais de um mês, pela quantidade de coisas que fiz. Mas hoje foi um dia especialmente longo, já que foi o primeiro dia que eu não tinha nada para fazer (nada que eu tivesse a obrigação de fazer...). Por isso, já havia decidido ontem, fui para Potsdam, uma cidade próxima de Berlim, onde existem muitas coisas legais. Saímos, eu e minha amiga brasileira, por volta das 9 e meia da manhã e chegamos nessa cidade por volta das 10 e meia (depois de pegar três trens e um ônibus e pagando 1,40 euros, na ida e na volta). Chegando, pegamos mapas e decidimos fazer tudo a pé pela cidade, já que a mesma parecia ser pequena (no final acho que andei mais de 15 quilômetros... sem exagero!!). Fomos primeiro para o centro, onde avistamos algumas igrejas bem bonitas e alguns portões no entorno desse centro, que depois descobri, que foram os que sobreviveram aos ataques da segunda guerra. Era um centro bem simpático, porém, logo decidimos ir para a grande atração da cidade que é o Schloss Sansoucci (Castelo Sansoucci), que era a moradia de verão do imperador da Prússia, Friedrich II (Frederico II), o grande. Ele fica num grande jardim, que na verdade parece um parque. Andamos nesse jardim todo e visitamos diversos prédios que existem lá, como o já citado castelo e também o Neues Palais (Palácio Novo), último prédio contruído por Frederico II, que havia sido usado como moradia pelo último imperador alemão Wilhelm II (Guilherme II) até 1918. Quando chegamos nesse prédio, estávamos morrendo de fome (até aí, já tinha dado, pelo menos uns 6 quilômetros de caminhada no gelo, pois a neve estava derretendo, ou seja, muito mais exercício feito!) e decidimos, então, voltar para a cidade para comer. Como bons turistas, decidimos não voltar pelo mesmo caminho que viemos. Resultado: nos perdemos e demos uma volta enorme para chegar na cidade (mais uns 5 quilômetros nessa volta...).
Logo que conseguimos, enfim, voltar, almoçamos num pequeno restaurante que servia o famoso Döner Kebab (mais conhecido no Brasil como churrasco grego), que é muito popular na Alemanha. Estava delicioso, porém era gigante!! Voltamos então para a estação (a cidade já havia terminado!), onde usamos a internet, tomamos um café e, depois, voltamos para Berlim. Por volta das 5 e meia chegamos no apartamento. Mas, como eu sou eu (é claro!), não ia ficar num apartamento em Berlim das 5 e meia de um dia até as 8 e 15 do outro. Decidi, então ir a sala da filarmônica, novamente, para ver se conseguia assistir a mais um concerto (minha amiga não aguentou meu ritmo!). Saí, então, por volta das 6 e meia (depois de já ter adiantado boa parte das minhas lições de casa), com destino à estação que vocês já sabem o nome... De lá, fui direto para a filarmônica e consegui comprar o ingresso por apenas 10 euros (nele está escrito 42 euros) e falando somente em alemão!! (até estou melhorando, pois consegui falar um diálogo completo, perguntando se tinha ingresso, quanto custava e também se havia desconto para estudantes). Não era a Filarmônica de Berlim, mas outra orquestra chamada Deutsche Symphonie Orchester Berlin, que também é bastante boa e conhecida. Na verdade, o que me atraiu para esse concerto era o programa que seria apresentado, que seria de música moderna (do início do século XX, que muitas pessoas não gostam, já que não é fácil de se escutar e demonstram isso através de ataques alérgicos, seja no Brasil ou na Alemanha: não conseguem parar de tossir durante a execução das obras!). Na primeira parte, o maestro escocês Donald Runnicles (diretor da Ópera de São Francisco e que possui como curiosidade o fato de reger com a batuta na mão esquerda) apresentou as 6 peças para orquestra de Webern e em seguida a soprano finlandesa Soile Isokoski (formada na academia Sibelius) cantou o “Sieben fruhë Lieder” (Seven early songs, não consigo traduzir para o português!) de Alban Berg. Na segunda metade, seria uma das minhas sinfonias preferidas, a primeira de Mahler (perceberam que gosto bastante desse compositor, não?). Foi um concerto muito bom, com momentos ótimos, porém não tão empolgante como a Filarmônica de Berlim (essa orquestra que vi hoje é mais nova, com um som mais parecido com o da Osesp). Na saída, passei no Sony Center para usar o computador e me deparei com uma grande plataforma montada no meio do mesmo com o tema do filme Benjamin Button (descobri, com ajuda da Carol, com quem conversei pelo Skype, lá) que amanhã vai ser a premiere européia desse filme, com a participação do Brad Pitt e da Cate Blanchett lá (é claro que vou tentar ir...). Não consegui falar por muito tempo no computador, porque a bateria do meu computador está uma porcaria, sendo que sua autonomia de uso, sem estar ligada na toma está decaindo exponencialmente (quando comecei a falar com a Carol, estava em 75%, após 8 minutos, estava em 50%, após 10 minutos em 30% e com 11 minutos, ele simplesmente desligou. Voltei então para o apartamento e vou dormir pois tenho aula amanhã cedo (é meia noite e meia aqui).
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Só uma observação: talvez haja muitos erros nos textos (gramática, concordância, ambiguidades...), mas isso é porque não estou revisando-os. Acho que isso os torna mais autênticos e subjetivos, pois caso tivesse lido-os novamente, talvez alterasse muitas coisas...
Mais tarde mando fotos...
domingo, 18 de janeiro de 2009
Sétimo e oitavo dias
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Estou um pouco atrasado no meu diário aqui... Mas, é que chegou o fim de semana e então eu me fiz ficar mais ocupado do que já estava nos outros dias. Talvez não me lembre de tudo que fiz ontem, mas vou tentar lembrar, no mínimo, os lugares onde fui.
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16.01
Fui cedo pra universidade, por volta das 9 horas, sendo que minha aula começava somente às 10. Fiquei um bom tempo falando com a Carol no Skype e nos atualizamos das novidades e propus para ela vir à Berlim, já que ela me disse que não estava tendo muitas aulas e tinha tempo de sobra (outro fator relevante, foi o tamanho e a possibilidade de ela ficar no meu apartamento). Já adiantando para hoje, ela comprou a passagem e vai ficar aqui do dia 29 de janeiro até o dia 01 de fevereiro. Depois disso, foi minha aula de cinema, onde foi discutido o papel do produtor e do roteirista dos filmes. A turma (7 alunos), já estava mais bem enturmada e isso foi muito bom, pois nos intervalos de aula ficamos conversando bastante. No almoço, comi no Mensa (é claro!) um peixe e salada de batatas, onde a salada não estava realmente boa. Após o almoço, assistimos um filme na sala chamado “Das Fremd in mir” (O estranho em mim), que é alemão, sendo que na próxima aula (terça-feira), vamos nos encontrar com as produtoras (ou diretoras, não sei...) do filme.
Depois, fomos, toda a turma mais o professor até o museu de filmes de Berlim, onde há uma biblioteca onde pudemos pegar livros para estudarmos para a apresentação (a minha será daqui a duas semanas e será sobre “costumes” (figurinos). Bem estranho ter ficado com essa apresentação, pois na minha sala são 5 mulheres e 3 homens, mas, enfim, no problems!) Ficamos lá até por volta das 6 horas (peguei o material para estudar) e em seguida fomos para um café (que fica no mesmo lugar do museu de filmes), adivinha onde? É uma praça e começa com P (quem leu todos os dias sabe onde é). Lá dividi um Waffle com uma garota canadense (do mesmo curso que eu) e ficamos conversando (toda a turma menos duas garotas que foram a sala da filarmônica tentar assistir o concerto, graças às minhas indicações!) e tentando acessar a internet. Essa mesma canadense, convidou-nos a ir encontrar uns amigos dela num lugar que ela não sabia bem onde era. Acabamos indo, eu e o outro brasileiro.
Chegando lá, era um lugar muito legal, porém, com pessoas bem alternativas (para quem não entendeu o que são pessoas alternativas, entenda como estranhas). Era uma espécie de bar onde as pessoas vão para conversar, só que com uma tarifa bem agradável. Por 1 euro, podia-se comer e beber a vontade. A comida era bem concorrida (não consegui comer o macarrão pois não havia mais pratos, mas comi um sanduíche de queijo com vegetais e uma torta de alguma berry que estavam bastante bons), porém havia uma grande quantidade de vinhos par se escolher. Confesso que bebi bastante, mas por 1 euro, valeu a pena. Ficamos lá, conversando com várias pessoas de diversas nacionalidades como um espanhol, um peruano, um português e claro, alemães (o curioso é que falávamos uma mistura de inglês com espanhol e com português) e por volta das 10 horas, fomos a um lugar onde haveria um show (fui de carona com uma amiga da canadense, que mora em Berlim). Esse lugar também era bem alternativo (para chegar no club onde seria o show, tivemos que passar por um buraco numa parede de uma casa antiga. Era um show de uma mistura de música eletrônica com rock (a “banda” era formada por um cantor que mexia nas baterias eletrônicas, um guitarrista e um baterista). Por volta da meia-noite, quando estava bem cansado, decidi ir embora. Como os trens de Berlim funcionam a madrugada toda nos finais de semana consegui voltar para casa, apesar de ter que esperar bastante pelos mesmos. Logo que cheguei fui dormir, pois no dia seguinte tinha que acordar cedo para ir para Stralsund (na verdade, não estava com muita vontade de ir, pois a experiência da excursão para o Reichtag não foi muito boa...)
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17.01
Acordei bem cedo (por volta das 6 e meia) e saí para a universidade que seria o ponto de encontro (o horário do encontro seria às 7 e meia). Normalmente faço o trajeto em meia hora, por isso saí de casa as 6 e 45. Os problemas começaram quando cheguei na estação e descobri que o próximo trem sairia as 7 e 11 somente. Pensei que ainda, assim daria tempo, contando com um atraso com o qual os instrutores da faculdade tem de tolerância. Porém quando cheguei no ponto de ônibus, fiquei esperando até às 7 e 40 e nenhum ônibus passou!! Como estava bastante atrasado e bastante frio e escuro (além, de como já disse, não estar com muita vontade ir) decidi desistir para não chegar na universidade e ver o ônibus (ou trem, sei lá...) saindo. Voltei para o apartamento e dormi um pouco mais (realmente estava precisando!). Por volta das 9 horas, acordei e fui tocar a campinha da minha vizinha de prédio, que é brasileira já havia se tornado minha companhia para ir a universidade de manhã. Combinamos, então de ir conhecer os principais pontos turísticos de Berlim. Logo saímos rumo ao lugar que eu mais visitei, e caminhamos em direção à Alexander Platz. Nesse roteiro, atravessamos a Unter der Linden interira, passando por diversos lugares, como o monumento para os mortos na guerra, o Reichstag (com mais calma hoje), o portão de Brandemburgo e a Alte Staatsbibliothek (velha biblioteca estatal, onde está o manuscrito da nona de Beethoven. Infelizmente, não estava aberta hoje). Chegando então à Universidade Humboldt (a mais velha e tradicional de Berlim, onde, por exemplo, Marx e Engels estudaram e Einstein lecionou), encontramos um brasileiro, pernambucano, que nos acompanhou em parte do nosso city tour (ele estava, como nós, na feirinha onde há muitos livros e coisas baratas na frente da universidade). Seguimos então até o Berliner Dom, uma igreja gigantesca e muito bonita. Lá, entramos (3 euros) e andamos nela inteira, desde as catacumbas até a cúpula. Foi bem legal que estava tendo uma espécie de missa, onde um padre rezou o pai nosso em alemão (que acompanhei numa folha), além de haver várias intervenções do órgão (lindo) que acho que eram tocatas e fugas de Bach. Saindo de lá, nos despedimos do pernambucano, que estava indo para Zurique hoje, e chegamos na Alexander Platz. Na estação de metro dali, comemos um lanche (já era hora do almoço) e voltamos à P..... Platz, onde iria acontecer uma press-screning (exibição para imprensa) de um filme do Berlinale (o famoso festival de cinema de Berlim). Graças ao curso que estou fazendo, pudemos entrar e assistir um filme franco-belga chamado “La journée de la jupe” (Skirt Day, em inglês), que era até que bom (a sala estava bastante cheia, por isso tivemos que sentar no chão). Fomos então para a Wittenberg Platz (rua das lojas), onde encontrei uma boa livraria, onde fiquei um bom tempo. Voltamos para o apartamento, porém logo saímos para um café onde havia internet. De lá, minha amiga conseguiu ligar, pela primeira vez, para o Brasil e falou com os pais e o namorado dela. Consegui falar com a Carol por algum tempo também. Ficamos pesquisando, também, algum lugar para ir no próximo fim de semana (queríamos, inicialmente, ir para Praga). Encontramos, então, na EasyJet, passagens para Londres ida e volta por 90 euros! Como essa minha amiga tem um amigo que mora lá, talvez iremos para lá na próxima semana. Na volta, passamos no supermercado (encontrei um maior) e compramos várias coisas, inclusive a janta (como já disse, as coisas no supermercado são muito baratas. Mais exemplos: chocolate Lindt por 2,30 euros, salmão defumado e caviar por 3 euros, diversos vinhos (franceses, italianos...) com o preço máximo de 5 euros.) Voltamos para o apartamento e comemos macarrão enquanto assistiamos TV. Voltei para o meu apartamento e comecei a escrever (hoje demorei bastante tempo ~ das 9 e 45 às 11 horas).
Acho que amanhã vou visitar uma outra cidade perto de Berlim, chamada Potsdam, onde parece que há um castelo bastante bonito (é patrimônio histórico da UNESCO).
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Só respondendo a alguns comentários:
Pai, minhas malas estão desfeitas desde o primeiro dia. Vou mandar a foto do meu armário para você ver.
Gui, o fone é simples e não é para jogo (os para jogo custam em torno de 60 euros). Se der, quando eu voltar (falta muito...) eu levo um dos jogos.
Mãe, o aluguel do cello é só para a Suíça mesmo
Não é muito fácil responder aos comentários, porque sempre escrevo off-line. Mas, como já disse, vou tentar de novo.
sexta-feira, 16 de janeiro de 2009
Sexto dia
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Como eu ia dizendo, hoje parecia um dia comum, onde nada ia acontecer, não seria agitado como os outros, porém, alguns acontecimentos tornaram-no um dia nada comum.
De manhã, sim, nada de mais aconteceu. Acordei no horário de sempre, fui para a no horário de sempre, assisti a aula de alemão como sempre... Só mudou o fato de eu ter ido almoçar numa outra cafeteria (cafeteria é sinônimo de bandejão aqui), que fica no prédio da Economia. A comida estava boa (salmão frito e macarrão com uma verdura que não me lembro e molho de tomate, por 4 euros), mas achei interessante nesse restaurante, um monitor que mostrava as próximas aulas que iriam acontecer. Havia algumas que já tive, como finanças e outras com nomes bastante curiosos como “Marx Reloaded”. Assisti a mais uma parte da aula, que está sendo bastante boa graças à professora que é bastante boa (ela me deu alguns exercícios extras para fazer, já que eu pedi e ela percebeu que eu sei um pouco mais que o resto da turma). Fui então para o prédio principal da universidade (como a universidade é grande, da sala onde eu estava até esse prédio são mais ou menos 15 minutos), onde fiquei algum tempo na internet. Por volta das 4 e meia tomei o rumo de volta para casa, decidido a ir ver a Filarmônica de Berlim, que iria apresentar um programa fantástico (estava um dia estranho, pois não estava tão frio e a neve estava derretendo. Porém, uma neblina bem forte encobria a cidade. Assim, nessa hora, já estava praticamente escuro.). O concerto começaria às 8 horas, porém queria chegar por volta das 6 e meia para comprar ingressos. Mais ou menos 5 da tarde, entretanto, quando eu estava no apartamento, recebi uma ligação da Carol/Yuubi, onde conversamos por aproximadamente meia hora (pode parecer que isso é um fato rotineiro, mas foi a primeira vez que consegui falar com ela desde que cheguei aqui!). Combinamos de conversar mais amanhã, mas logo o trato foi desfeito, pois ela se lembrou de que iria estar ocupada amanhã (não vou estragar a surpresa dela. Para descobrir: yami-land.blogspot.com).
Bom, por volta das 6 horas saí do apartamento (vestido com meu uniforme: camisa, terno, gravata e sobretudo) e fui em direção à Potsdamer Platz, que é próxima da sala da filarmônica (repararam que sempre vou para a Potsdamer Platz?!). Chegando lá, fui ver se ainda haviam ingressos. No caixa, pedi por um e perguntei “Wie viel kostet?” (Quanto custa?). Estava preparado para pagar por volta de 70 euros (para ver minha vontade de ir a esse concerto!!), porém a mulher respondeu: “Fünfzehn” (Quinze). Paguei muito feliz, não me importando o lugar da sala onde iria sentar. Logo, olhei no mapa de assentos e descobri que o meu lugar era, simplesmente, o melhor lugar da sala!! Exatamente no meio da sala, na primeira fileira do balcão central (a mulher que estava do meu lado havia pago 80 euros!). Entrei no saguão da sala e enquanto esperava, peguei diversos folhetos/livrinhos que estavam à disposição dos visitantes e também comi algo (uma Wienerwurst com baguete e uma coca-cola. Obs1: Para quem não sabe, Wienerwurst é a salsicha que comemos normalmente no Brasil, apesar da que essa que eu comi, com o catchup e a mostarda aqui são muito melhores que a brasileira. Obs2: as bebidas daqui são muito boas, por isso é acho que é a primeira vez que tomo coca-cola aqui, tirando a coca-cola light com chá verde. Obs3: para ver como a Filarmônica de Berlim está em outro nível, a champanhe que tinha para vender lá era Veuve Clicquot).
Sobre o concerto, não tenho nem o que falar... Foi absolutamente fantástico!! A orquestra é realmente a melhor do mundo!! A sincronia dos músicos vai além da música e da partitura ou da respiração. Eles incorporam a música como se estivessem num transe coletivo. A música que tocaram também contribui para mostrar isso: era a sétima sinfonia de Mahler (como curiosidade, Mahler foi um grande maestro que viveu no fim do século 19 e começo do 20, que compôs grandiosas sinfonias que além de requerer orquestras imensas, são de dificílima execução). Nunca vi, ou ouvi, fraseados e dinâmicas tão bem expressados por um naipe de cordas ou uma afinação tão perfeita num naipe de metais. O maestro, é claro, também era fantástico, Bernard Haitnik, especialista em Mahler, porém bastante velho (ele é holandês e ficou por décadas como maestro na famosa orquestra do Concergebouw de Amsterdã). A sala da filarmônica também é perfeita, com uma acústica ótima, e muito bem planejada e bonita. Nunca vi também (a não ser em DVDs), aplaudirem tanto uma performance. Os aplausos duraram até mesmo quando a orquestra saiu do palco, com o maestro voltando sozinho para recebê-los.
Ao final do concerto, passei na lojinha da sala de concertos para procurar por algum souvenir (já que o gasto tinha sido bem menor que o esperado). Ouvi, então, enquanto olhava os cartões postais, vozes que reconheci como de brasileiros. Conversando com eles, descobri que um deles era um clarinetista da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, que tem tudo para ser, dentro de alguns anos, uma das grandes orquestras do Brasil (Outro povo, além dos namibianos que existe em grande quantidade por aqui, são os mineiros!!). Voltei, então, para o apartamento com alguns cartões postais de recordação. Vou dormir que já são 11 e meia da noite... (não foi, afinal, um dia comum, não é?)-------------------------------------------------------------------------------------------------
Daqui a pouco vou ter aula de filmes...
quinta-feira, 15 de janeiro de 2009
Fotos!!

Essa é minha caixa de correio

Uma vista da entrada do quarto e uma parte da cama

A cama e os armários

Uma parte da cozinha

A vista da varanda

Aqui o portão de Brandenburgo

A minha vista na Staatsoper
Bom, não sou um bom fotógrafo, mas também não é fácil fotografar com luvas e tanto frio (e em lugares proibidos, como a ópera), mas dá pra ter uma idéia daqui... Não é muito fácil mexer com as fotos no blog, por isso elas são tão escassas...
Hoje está sendo um dia mais normal, sem nada de especial, mas talvez eu vá a um concerto.
Quinto Dia
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Dia 14 de janeiro
De manhã, quando estava no ônibus para ir para a universidade, encontrei uma argentina que está no mesmo programa que eu (já estava indo junto com a brasileira que mora no meu prédio). Conversando com ela, descobri que ela é musicista e canta na academia do Teatro Colón. Como eu, ela já tem uma programação cultural de concertos e óperas mais ou menos feita.
Chegando nas redondezas na universidade, precisava encontrar o prédio onde seria minha aula. Dei algumas voltas, mas consegui chegar lá (fica numa espécie de porão de uma pequena casinha que é algum instituto da faculdade). Lá tive uma aula de alemão bem básica, onde, ao final, algumas estudantes acabaram decidindo avançar de nível (uma dessas é uma americana que estuda egiptologia na Universidade de Chicago). Eu poderia ter feito o mesmo, já que já tive boa parte do conteúdo do curso, porém, achei melhor continuar para que eu pudesse relembrar tudo (já faz mais de um ano que eu não tenho aulas de alemão!). No final, acabou sendo uma boa decisão, já que descobri que a sala do nível seguinte possui 15 alunos, enquanto a minha somente 5. Desse modo, acho que as aulas vão ser mais produtivas (falei com a professora sobre uma eventual mudança minha de nível e ela me disse que poderia aumentar um pouco o nível e a velocidade do curso). No horário do almoço, fui até o prédio central almoçar no restaurante central (Mensa II, existe o Mensa I, só que é menor). No caminho, fui conversando com os meus colegas de classe, dois brasileiros (um mineiro e um paulista), um australiano (sei que ele pratica snowboard) e um americano (que é mais velho e é militar nos Estados Unidos). Na parte da tarde da aula, rapidamente finalizamos o conteúdo e a professora ficou contando as impressões dela sobre a Alemanha e os alemães com relação a diversos aspectos que ela considera tabus aqui. (Adolf Hitler, imigrantes turcos, gays, cidades do interior...) Sobre Hitler, por exemplo, ela falou que não existem alemães chamados Adolf e também, que existem países que o idolatram, como um país que não parece muito importante, mas está em todos os lugares... (Se você pensou na Namíbia, acertou!!! Ela disse que lá, até hoje, comemora-se o aniversário de Hitler).
Terminada a aula, tive que correr junto com os meus colegas para pegar os trens (U- e S-Bahn) para chegar no Reichstag (parlamento), onde os alunos do FUBiS teriam uma visita monitorada. Acabamos chegando um pouco cedo, mas logo entramos no prédio e um guia nos explicou várias coisas lá. Trata-se de um prédio antigo (do final do século XIX), onde hoje ainda onde ocorrem as seções dos parlamentares, sendo aberto para visitas, como a que eu fiz, após as seções (Quando mandar as fotos explico com mais detalhes). Saí de lá e voltei a caminho de casa e passei nos supermercado para comprar algumas coisas para comer, como um delicioso chocolate que estou comendo agora e que paguei 0,59 euros por ele. Antes de chegar em casa, porém, parei no restaurante que serve diversos tipos de comida (até sushi), que fica próximo a minha casa e comi uma Currywurst mit Bratkartofeln (Brat – assado, Kartofeln – batata), que era a coisa mais barata, custando 3 euros. Antes de dormir vou fazer minha lição de casa (hoje terminei de escrever cedo, aproximadamente 21 horas).
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Mais tarde mando algumas fotos e respondo aos comentários
quarta-feira, 14 de janeiro de 2009
Quarto Dia
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Cheguei na faculdade por volta das 8 e 20 da manhã (a partir de hoje fica subentendido que eu acordo todo dia, segunda a sexta, aproximadamente 7 horas) e fui tomar um café, já que o encontro com o professor que nos encaminharia para a sala seria as 8 e 45 (estou fazendo um curso chamado Film as collaborative art). Na primeira parte, até por volta das 10 e meia, houve somente a apresentação dos alunos e suas motivações (são 7 alunos, sendo 4 brasileiros, uma argentina, uma canadense e uma namibiana!! A Namíbia está em todos os lugares!!!). Depois fui tomar um chá (essas bebidas são razoavelmente baratas, todas por menos de 1 euro) e voltei para a aula. O professor fez uma apresentação do curso e passou um trecho de um filme chamado “Day for Night” que é de um diretor francês antigo chamado François Truffaut. Depois foi o almoço, onde comi no Mensa batata, omelete e macarrão por 2 euros, junto com um brasileiro que mora no mesmo prédio que eu. Fiquei um pouco na internet (bem pouco, o suficiente para enviar o post de ontem) e voltei para a aula. Assisti, então, o filme “Living in Oblivion” de um diretor americano mais atual chamado Tom DiCillo, que foi seguida por uma discussão que se estendeu até por volta das 5 da tarde (era pra aula acabar às 3). A aula foi razoavelmente boa. Esperava um pouco mais de profundidade no conteúdo, não uma aula tão técnica como foi. Mas acho que mesmo assim, vou aprender bastante... Saindo da aula (já estava escuro), não sabia se voltava para o apartamento ou se ia para algum lugar (essa é uma grande vantagem do meu Monateskarde, que me permite andar de qualquer transporte gratuito de graça).
Decidi ir para um lugar onde uma das instrutoras havia aconselhado para fazer compras, a região da Wittenbergplatz. Ali, estão localizadas diversos shoppings e lojas de departamento, além de uma igreja que foi atingida na Segunda Guerra e continua de pé (a parte que sobrou). Lá, fui andando e conhecendo tudo, como sempre faço e fui parar numa loja chamada Saturn (da mesma rede em que fui ontem e não consegui comprar o celular). Nessa nova, porém, consegui comprar o celular, pagando mais barato ainda (10 euros). Comprei também um fone para poder falar no Skype. Essa loja parecia uma daquelas de Akihabara, com vários andares (acho que 5) de diversos tipos de materiais eletrônicos. Fiquei um bom tempo no último andar: a seção de CDs e DVDs. Foi a primeira loja desses produtos que fui aqui e realmente há uma grande variedade e não é tudo muito caro. Fiquei um bom tempo, também, nas seções de videogames e computadores. Como deu para perceber, perdi um pouco a noção do tempo ali (estava pensando em ir até a sala da Filarmônica de Berlim onde haveria um concerto barato hoje às 8 horas). Saí para continuar andando pela rua (já eram por volta das 7 e meia, ou seja, concerto perdido!) e parei para fazer algo que já queria a bastante tempo: parar num Imbiss (barraquinha de rua que vende comida) e comer um Currywurst. O Currywurst é uma salsicha com curry, muita mostarda, catchup (além de um molho apimentado que pode ser pedido à parte), que é uma das especialidades de Berlim. É delicioso!!! Custaram 1,60 euros uma salsicha gigante, que é uma das melhores que já experimentei!!! (é claro que existem fatores externos que influenciam nesse meu gosto, como por exemplo, comer um Currywurst em Berlim é melhor que em qualquer lugar do mundo, assim como as ostras fritas de Hiroshima são melhores lá!).
Na região de Wittenbergplatz ainda, que parece uma espécie de Ginza do Japão (esqueci de falar que nas lojas desse bairro, os vendedores falam inglês e são bem mais atenciosos!), continuei passeando e vi diversas lojas conhecidas como Adidas, Nike e outras, todas com ótimas promoções (havia entrado que vendia marcas internacionais como Lacoste e Tommy, em que um andar inteiro estava vazio!). Fui com o U-Bahn (metrô) até a Potsdamerplatz, onde parei no Sony Center para ver se a loja ainda estava aberta, mas já não estava (está um pouco difícil encontrar o carregador da câmera, apesar de que o cabo de dados já achei). Peguei então o S-Bahn (como se fosse um trem metropolitano) de volta para o apartamento (só por curiosidade: tenho que ir até a estação Osdorfer st. que fica em direção à Teltow Stadt). Na estação comprei uma Coca-cola diferente daqui: Coca-cola light Green Tea. Terminei de escrever por volta das 22 e 15 daqui (depois ainda consegui falar com a minha mãe pelo telefone).
ps1: para os meninos: o Rock Band 2 completo aqui custa 130 euros e o Guitar Hero World Tour completo 180 euros.
ps2: para o gui: o fone que eu comprei é Senheiser como te disse que seria.
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Depois coloco mais coisas...
terça-feira, 13 de janeiro de 2009
Segundo e Terceiro Dias
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Dia 11 de janeiro
Hoje, acordei cedo (por volta das 9 da manhã, apesar de não ter dormido muito bem) e fui para o Sony Center na Potsdamer Platz onde havia internet de graça... Lá tomei meu café da manhã e usei a internet. Lá, havia andado pela Unter der Linden como disse no post anterior. Em seguida voltei para o apartamento onde um instrutor do curso me guiaria para a universidade. Há 9 alunos (contando comigo) do FUBiS (programa em que estou) nesses apartamentos. Conheci, destes, 6, dois brasileiros, um russo, duas argentinas e dois australianos. A instrutora que nos guiou chama-se Wilma (depois descobri que todo o staff do FUBiS, com exceção ao fundador, é composto por mulheres!). Logo cheguei a Freie Universität Berlin, onde estudarei ao longo desse mês. Lá, primeiro recebi alguns materiais e tive que assinar alguns papéis referentes à moradia e ao recebimento de um “troco”, que havia pago a mais na matrícula. Depois, foi realizada uma palestra onde foram dadas instruções sobre os cursos (para quem não sabe, estou realizando um curso de alemão e outro de cinema). A seguir ocorreu um coquetel, onde havia boa comida (arroz, peru, frango e lasanha de vegetais) e boas sobremesas (uma espécie de caldo de frutas vermelhas que se come com sahne, um creme que parece sorvete de baunilha derretido e também um mousse de chocolate). Durante o coquetel, conheci várias pessoas (a grande maioria brasileiros!! Em torno de 20, a maioria de Belo Horizonte, seguida por São Paulo). Havia gente de diversos lugares (são 77 alunos), sendo que a maioria era de latino-americanos, australianos e coreanos. Saímos depois, um grupo de brasileiros e mais um canadense, com destino a um bar perto da Potsdamer Platz... Lá fiquei até por volta das 9 horas e depois retornei ao apartamento com uma brasileira, que também mora num dos apartamentos do bloco. Em seguida escrevi esse texto (termino por volta das 10 e meia).
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Dia 12 de janeiro
Acordei por volta das 7 da manhã (ainda estava escuro e muito frio, por isso é difícil acordar). Às 8, encontrei o grupo do meu apartamento que iria para a faculdade. Chegamos na estação Thielplatz, que era o ponto de encontro, através de um S-Bahn e de um ônibus. Num prédio próximo seriam realizadas as entrevistas para as aulas de alemão. Logo, fiz minha entrevista e achei que fui suficientemente bem. Depois, fui fazer o Campus Tour, um tour pela universidade, que é composta por diversos prédios e casas, como se fosse um pequeno bairro (porém, não há um muro em volta como na USP). Conheci vários lugares, como a biblioteca (não tive tempo de ir ainda), a sala de computação (com muitos computadores muito novos, com telas gigantes!) e o Mensa. O Mensa é o restaurante da universidade, o “bandejão”, onde qualquer um pode comer, porém os alunos tem desconto. São muitas opções de comida, com você pagando pelo que quiser (desde comida vegetariana até sanduíches e salsichas). Comi batatas, arroz (!) com legumes, dois pedaços de enrolado de frango com brócolis com molho de pimenta e mais um ice tea de 500 ml por 5 euros!! Não é tão caro quanto eu imaginava. Em seguida, fui receber os resultados da entrevista, onde fui qualificado no nível que queria, o nível 2. Logo depois tive uma pequena aula de alemão. A professora parece ser boa e, apesar de já ter visto alguma parte do conteúdo, eu precisava ter uma revisão disso. Ao fim da aula, fui com alguns colegas até a coordenadora do programa que nos indicaria alguma loja onde pudéssemos encontrar coisas para comprar. Passei, junto com eles no dormitório em que estão (ainda bem que vim para os apartamentos individuais, pois são muito melhores!!) e segui em direção à loja. Ela fica num centro comercial novo, próximo da faculdade numa rua chamada Schlossstrasse. Lá, meus colegas iriam comprar um celular e compraram na primeira loja que viram por 50 euros. Eu fui para uma outra loja, maior, e encontrei um por 19 euros, mas o vendedor não quis me vender, dizendo que eu precisava de um comprovante de moradia. Depois eu volto lá. Mas não voltei de mãos vazias, já que comprei o meu overcoat que irei usar hoje mais a noite, quando for para o concerto da West-Eastern Divan Orchestra, com a regência de Daniel Barenboim, na ópera estatal de Berlim. Voltei correndo, pois tinha que falar com o “Hausmeister”, zelador do prédio, para assinar alguns papéis e pegar as chaves que dão acesso a outros lugares do prédio, como a lavanderia. Daqui a pouco, como disse, vou sair para o centro novamente.
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Só finalizando, o concerto foi muito bom, mas tive que sair na metade, pois caso contrário, perderia o último trem. Teve um contexto político, havendo uma espécie de manifestação na porta do teatro contra a guerra no Oriente Médio (tava sendo transmitido pela tv). Me lembrem depois de contar a história do Hausmeister, que ela até que é bem engraçada, pois agora tenho que ir para aula.
PS: talvez hoje compre meu celular e aí vai ficar mais fácil falar comigo
domingo, 11 de janeiro de 2009
Primeiro dia
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Estou no meu apartamento em Berlim. Já está tudo arrumado (do meu jeito é claro!), são 7 e meia da noite no horário daqui (no momento em que escrevo, a publicação ocorrerá somente amanhã), estou comento pão, queijo e chocolate e tomando suco de maçã. Parece tudo bom, mas preciso contar porque estou tão cansado a ponto de não conseguir sair para procurar uma internet ou um telefone para mandar sinais de vida ainda hoje. O principal motivo é o gigantesco peso da mala. A viagem também cansa, porém até que foi tranquila (sem trema!). Não sei se o vôo saiu no horário, porque eu entrei no avião, me acomodei e só fui acordar em Belo Horizonte. Acho que acordei quando começaram a servir as bebidas e comidas, que até que estavam boas. Do meu lado sentaram uma mãe e uma filha. Uma mulher bem estranha. Acho que estava indo morar na Alemanha e levando a filha após ter ficado separada dela, já que ela não tinha muito jeito com a criança. Além disso, acho que ela era hipocondríaca ao avião, ou tinha alguma claustrofobia ou síndrome do pânico, pois ela tomou Novalgina, Dramin e diversas bebidas alcoólicas (e todos esses não foram em pequenas doses!). Apesar disso não me incomodou muito. O que eu não gostei muito foi a ausência de monitores individuais nas poltronas (me acostumei com avião em que fui ao Japão), que entretanto foram bem substituídos por canais de música com boa programação (ouvi a quinta sinfonia de Beethoven inteira umas três vezes). Consegui dormir desde a hora em que saímos do Brasil (mais ou menos em Recife) até o momento em que estavamos quase saindo da África (Marrocos ou Algéria). Nisso, faltavam umas três horas para chegar e então comecei a assistir a Múmia 3 na mini tela do avião.
Chegando em Frankfurt, fiquei passeando no aeroporto, que era bem grande. Tive que esperar em torno de duas horas lá e estava bem cansado ao fim destas. Entrei no avião para Berlim por volta da uma da tarde e, novamente, quando percebi, já estava voando. O trajeto é bem curto e por volta das 2 e meia, já estava em Berlim (Berlim estava bem nublada e escura, enquanto Frankfurt estava bem clara e aberta, porém com um frio igual em ambas). Esperei algum tempo por minha mala e, quando a peguei, fui direto para o ponto de encontro marcado pela faculdade. Lá, encontrei com a Isabela, que me indicou como deveria chegar ao meu alojamento e me auxiliou na compra do passe de transporte público (por 72 euros vou poder andar em qualquer meio de transporte público de Berlim durante todo o período em que estiver aqui).
Parecia simples: pegar um ônibus até determinado ponto e trocar ali por um S-Bahn (um tipo de metrô que não anda somente no subterrâneo). Porém, quando estava no ônibus e chegou o ponto em que deveria descer, apertei o botão de Stop, mas o motorista não parou! Aí fui descer bem mais pra frente, onde havia uma estação de metrô. Aí, começam as dificuldades com a mala (estava carregando mais de 50 quilos de bagagem!). Arrastar o carrinho sobre um monte de neve congelada não é fácil, descer escada é pior, subir, então... E eu tive que andar bastante com a bagagem, além de não entender como funcionavam as linhas de trem... Quando o trem para na sua frente, você precisa abrir um botão para abrir a porta. Como eu ia saber disso? Além de que em um mesmo trilho passam trens para diversos destinos, que entretanto, não estão bem especificados na placa (as estações são bem mal sinalizadas!). Pelo menos um mínimo de alemão me possibilitou a pedir informações (apesar de que duas vezes me foi oferecida ajuda em inglês para subir as escadas com a mala e para dar a indicação do caminho). Resumindo: cheguei no apartamento por volta das 5 horas (era pra ter chegado por volta das 4). Trata-se de um conjunto bem grande de apartamentos (talvez dê para perceber pelas fotos) e o meu é o número 10 do prédio 12 (tive que subir uma última escada!). Na porta dele tem até uma plaquinha com meu nome. Entrei e arrumei tudo, e depois, fui procurar andar a fim de encontrar algo para comer. Havia três restaurantes familiares no caminho: um de carne argentina, um japonês e um Mcdonalds, mas optei por passar no supermercado e comprar algo, pois estava muito cansado e queria voltar logo para tomar um banho e descansar. Esqueci que aqui não há sacolinhas de supermercado e tive que carregar tudo na mão, colocando o que dava no bolso do casaco. E as coisas não são tão caras quanto se diz: uma garrafinha de água de meio litro custa 12 centavos de euro, enquanto uma bandejinha com 4 iogurtes custa 79 centavos. Não está absurdamente frio (perto de zero graus), mas apesar de bastante neve nas ruas, não o senti tanto pois o exercício que realizei foi bastante intenso.
Hoje estou no Sony Center, que fica na Potzdamer Platz, onde tem internet. Acordei cedo, peguei o S-Bahn e vim caminhar na Unter der Linden (a avenida mais famosa). Estava vazia, provavelmente devido ao frio (hoje sim estava frio!!!). Não consegui colocar as fotos ainda porque elas são muito grandes... Agora vou parar de escrever para comer meu Apfelwaffle...
sexta-feira, 9 de janeiro de 2009
Amanhã...
quarta-feira, 7 de janeiro de 2009
Tempo...
Data da viagem: 09 de janeiro
Destino 1: Berlim com escala em Frankfurt
Objetivo 1: Curso de férias na Universidade Live de Berlim
(mas também assistir concertos e ir ao festival de cinema)
Matérias do curso 1: Alemão e Cinema
Período de aulas 1: Segunda a sexta das 9h às 15:30h (de 12 de janeiro à 6 de fevereiro)
Partida 1: 08 de fevereiro
Destino 2: St. Gallen com escala em Zurique
Objetivo 2: Cursar um semestre na Universidade de St. Gallen
Matérias do curso 2: ainda não definidas, porém certamente relacionadas com Economia
Período das aulas 2: horário indefinido (semestre do dia 09 de fevereiro ao fim de maio)
Partida 2: 13 de junho (inicialmente marcado, mas prefiro um adiamento!!)
Resumindo: vou passar frio no começo (e voltar quando estiver esquentando), experimentar uma overdose de alemão (apesar dos cursos serem em inglês) e estudar muito.
Espero que, além disso, consega viajar (realmente, não teoricamente) e conhecer muitas coisas durante esse período.