Esse hostel tá bem estranho como já tinha dito antes. Além de meu quarto estar agora de cheio de gente pra dormir, ele é também o pondo de convivência. Pelas novas regras decididas ontem, quando eu não estava, parece que agora as pessoas que estiverem hospedadas no hostel (isto é, não intercambistas) terão prioridade no uso de suas facilidades, como a cozinha. Assim, o lugar onde nos reuníamos para conversar e ficar agora será o quarto, onde até ontem eu estava alojado sozinho. O problema disso é que, agora, eu dependo dos outros para poder ficar sozinho e ter um momento de calma, enquanto os outros, que não estão no meu quarto, podem voltar para os seus se quiserem. Não estou reclamando disso, mas só acho estranho eles ficarem improvisando tudo o tempo todo. Parece também, que eu não vou me mudar daqui até pelo menos o fim do feriado que vai até o dia 10 de janeiro. Pelo menos, vai ter menos gente aqui no hostel nesse período, porque muitos vão viajar. Não sei se eu vou pra algum lugar também, mas acho que não. Outro problema que aconteceu no hostel hoje foi que a água acabou. Imaginem o que é isso, pra um lugar com umas 20 pessoas que ficam andando o dia inteiro (quando não a noite também, quando vão para a balada). Não é nada bom. Espero que amanhã esteja tudo resolvido. Os dois meninos de quem eu tinha falado, que iam ser expulsos do hostel, contornaram a situação, com essas novas regras e, por enquanto, vão poder ficar. Na verdade, parece que ainda querem que eles saiam e não sei o que vai acontecer quanto a isso também.
Fora esses problemas, hoje foi um bom dia, porque deu pra fazer bastantes coisas. O pessoal tinha combinado de ir no flat em que o Puchkin viveu, e acabei concordando em ir junto. Estava fechado por isso mudamos de plano e fomos andar pra procurar outro museu pra ir. Acabamos no Castelo de St. Michel, que faz parte do Russian Museum, junto com 4 outros prédios. Descobrimos que valia a pena comprar a entrada para todos esses por 300 rublos, já que cada um iria custar 150 rublos separadamente. Nesse primeiro museu, tinha uma exposição sobre um pintor chamado Gregory Gagarin, que era bem interessante. Foi legal tentar desvendar o que ele fazia e quem era, porque todas as informações estavam em russo. Como, apesar do alfabeto diferente, tem muitas palavras russas que são similares a outras línguas, eu pude suspeitar de que se tratava de um príncipe russo que era também pintor e que havia viajado para algum país do Oriente, como a Turquia. A Wikipedia confirmou minhas suspeitas e ele é um príncipe russo, que era também comandante do exército e lutou no Oriente por um bom tempo. Depois teve a pintura russa do século XVIII, que era parecida e inspirada na pintura renascentista italiana. Eu e outra menina demoramos bem mais tempo que os outros, que iam muito rápido e, assim, no próximo museu fomos antes pra podermos ver as coisas com mais calma. Para isso, tomamos um lanche rápido enquanto os outros almoçaram. O segundo museu era o principal do Russsian Museum, que tinha arte russa desde a idade média até arte moderna que era num prédio agregado. Demorei bastante tempo lá e até a menina teve que ir embora. Saí de lá depois de umas 3 horas e muito cansado. Voltei para o hostel e dei uma descansada. Não tinha mais o que fazer e, por isso, decidi ir a um concerto mais uma vez. Só que não deu certo. Da outra vez eu tive bastante trabalho para chegar na sala de concerto e, assim, pesquisei na internet um jeito mais fácil de ir, que é pegando o ônibus 22 na avenida perto do hostel. Como não é muito fácil saber onde descer no ônibus, eu decorei que seria depois de cruzarmos três vezes os canais e rios da cidade. Foi fácil entrar no ônibus, mas não sei o que aconteceu, que depois do segundo canal, o ônibus simplesmente deu a meia volta. O pior é que a mulher que cobra o bilhete ficou brigando comigo, porque eu acho que ela queria que pagasse outra passagem de volta. Acabei descendo no mesmo ponto em que eu havia embarcado, sem pagar outra passagem e com a mulher ainda não gostando de mim. Chegando no hostel acabei não indo pra balada com os outros e ficando descansando para o dia seguinte, afinal, seria o último dia do ano.
Acabei dormindo até tarde, para poder aguentar a festa da noite. Havia combinado com a Lex de ir na casa dela a noite, mas ou outros não queriam me acompanhar. Somente o Glauber confirmou que iria, pois também não queria ver os fogos na praça do Hermitage no frio e depois ir pra uma balada. Acabou sendo uma boa ideia, porque a festa foi bem divertida. Mas vamos por partes. Depois de acordar eu queria ir ao museu do Dostoievski, porque era o último dia de uma exposição temporária lá. Mas antes parei para tomar um café e percebi que tinha esquecido minha câmera. Voltei para busca-la, mas com isso, não cheguei a tempo de pegar o museu aberto, já que ele fechava cedo devido ao feriado. De qualquer modo, aprendi onde ele fica e também onde fica um mercado da cidade que eu queria visitar. Nesse mercado que o Andrew Zimmern do Comidas Exóticas foi. Eu cheguei a entrar lá, mas o meu amigo que estava comigo, o Bagas, não quis ficar devido ao cheiro de mercado. Eu, na verdade, gosto bastante do cheiro de comida fresca que tem lá e com certeza vou retornar. De qualquer modo, aproveitamos para conhecer essa parte da cidade e acabamos numa H&M. Lá comprei uma luva que eu estava precisando. Quando estava nessa loja, recebi uma ligação do Ivan, que é o manager do meu projeto me convidando para uma oportunidade de trabalho durante o feriado (que vai do dia 01 até 10 de janeiro). É um winter camp com crianças russas, numa cidade que fica razoavelmente longe de São Petersburgo, que eu não sei o nome mas sei que são 16 horas de trem. Eu tive que voltar correndo para o hotel para me encontrar com o Sasha, que ia me explicar melhor esse projeto. Aconteceu, porém, uma coisa ruim, que, apesar de eu ter sido convidado primeiro e ter ido para essa reunião, um outro brasileiro se ofereceu para ir sem saber nada sobre o projeto e assim, eu vou ter que decidir com ele quem vai fazer esse trabalho. Ele simplesmente sugeriu que tirássemos na sorte quem vai. É claro que eu aceitei, mas achei uma atitude bastante estranha dele e até o Sasha estranhou. O problema é que esse brasileiro é meio estranho, com seu comportamento variando todo o tempo. Por isso não sei como ele vai reagir se eu for para esse acampamento. De qualquer modo, não vou desistir por causa disso e, assim, desejem-me sorte amanhã, quando vamos decidir no par ou ímpar.
Quando cheguei no hostel estava o Sasha e uma menina chinesa que havia chegado no dia anterior. Ela estuda na Inglaterra e por isso, fala inglês bastante bem sem sotaque oriental, mas inglês. Ela precisava de ajuda para carregar as suas malar para o hostel onde ela iria ficar aquela noite. Como os outros meninos iam patinar no gelo mais uma vez, eu acabei indo ajudar ela. No final ela acabou convencida a ir passar o ano novo junto comigo na casa da Lex, e por isso tivemos bastante tempo para conversar. Logo que chegamos ao hostel, tivemos que sair para a festa, pois já estava no horário que havíamos combinado. O Glauber iria depois e só conseguiria chegar no lugar quando faltava menos de um minuto para a meia-noite. Foi uma longa viagem. Tive que pegar dois metrôs, um ônibus e entender a lógica da numeração das casas russas até encontrar o apartamento. Havia muitas pessoas russas lá e fomos muito bem recebidos. O trato era que cada pessoa que fosse iria pagar 500 rublos e comer e beber a vontade. Não esperava muita coisa, mas fiquei impressionado. As pessoas haviam preparado várias comidas e quantidade de bebida era abundante. Tinha desde salada russa (maionese), até um prato com batata assada com outras coisas. Tinham muitas bebidas, mas acabei ficando somente na champanhe. Na manhã seguinte, eu contei as garrafas de champanhe e havia pelo menos umas 20, para cerca de 15 pessoas, além de diversas garrafas de vodka, whisky e cerveja. Nem todos lá falavam inglês, mas deu pra conversar bastante com os russos e aprender diversas coisas sobre a cultura deles. No momento do ano novo eles acenderam aquelas velinhas que soltam faíscas e cantaram uma música que não sei o que significa, após um pronunciamento do presidente russo, em que ele desejou feliz ano novo para toda a nação (que em russo se diz: S Novum Godum). Tinham russos de diversos lugares, desde a Sibéria até pessoas nativas de São Petersburgo. A conversa foi bastante boa e em meio a alguns jogos preparados pela anfitriã, durou até de manhã. Pudemos até, às 5 da manhã, comemorar o ano novo no Brasil. Como as pessoas estavam mortas de cansaço e haviam bastantes lugares para ficar lá, acabamos dormindo por lá. Eu me improvisei em algumas cadeiras, dormindo lá por umas 3 horas e ficando com um pouco de dor nas costas depois. Só saímos de lá, de volta para o hostel, quando já era cerda de 11 da manhã. Pegamos um tram que era bem velho, mas logo chegamos até o metro. No metro aconteceu uma coisa estranha, que pelo menos foi comigo. Numa estação em que tinhamos que descer as pessoas lerdearam e só eu desci, tendo que ir sozinho de volta para o hostel. Parei num café no caminho e tomei um mocha e comi um flan de frutas vermelhas que estava bastante bom. Depois, no hostel, não queria deitar pra não perder todo o meu dia. Assim, depois de tomar meu primeiro banho após três dias, saí pra uma volta na cidade. Como estava tudo fechado, fiquei caminhando, com o Bagas pela cidade explorando lugares que eu não tinha estado ainda, como a praça em frente ao Hermitage e um parque e algumas igrejas por fora. Estava bastante frio e com bastante neve. Depois paramos em um café para nos aquecermos. Tomei um espresso que é bastante ruim aqui, tendo que colocar açúcar para ficar razoável. De volta para o hostel, cochilei por algum tempo pra depois sair para comer. Fui até um restaurante/bar, próximo ao hotel, que é bastante recomendado pelos guias daqui. Ele é bem barato e simpático. Não estava com muita fome e, por isso, só pedi uma porção de um pão com manteiga e alho, com queijo por cima que era bem bom e com um custo benefício melhor ainda. Vim direto para o Irish Pub pra poder usar a internet. O meu plano para amanhã é ir no Hermitage, mas surpresas aqui são comuns e quem sabe o que acontecerá.
Oi Dudu,
ResponderExcluirFELIZ ANO NOVO!!!!
Ontem a noite estavamos os cinco (tio No, Tia Mi, Ba To, Sergio e eu) comemorando a passagem do ano. Voce sabe a situacao dos seu pai e seu tio, ne?
Detalhe: todos dormiram em casa.
Hoje comemos ate ....
Foi tudo muito bom e agora neste momento a Marcia esta falando com a Ba To.
Dudu, estamos todos torcendo por voce e rezando bastante para que tudo de certo.
BBBBJJJJJJJ
Tia Lena
Parece que seus dias estao sendo divertidos! Muitas coisas pra ver por ai? xDD Hoje eu screvo no meu blog tambem pra contar as novidades. Foram dois dias com muitas coisas esses dois primeiros dias do ano. Por enquanto a minha reza ta funcionando, espero que continue assim. Boa sorte no winter camp. Eu vou tentar te ligar antes de vc ir, ok?
ResponderExcluirBjos!!
Não sei se sua salada russa estava melhor que a da Tia Lena. Almoçamosno dia 31 no restaurante Quinta... e comemos um bacalhau com nata. O da BaTo é melhor. Tomamos ozoni e comemos outras comidas e estava muito bom além da Trois Pistoles e Moet Chandom. No domingo fui almoçar com o Lucas e Gui no Esquisito.
ResponderExcluirFeliz ano novo e conforme lhe disse, se julgar necessario, busque a Carol e aproveite a India.